No Brasil, a política e corrupção parecem andar lado a lado. Em todas as esferas dos poderes existe corrupção. Seja no Executivo, Legislativo ou Judiciário. A ética na política torna-se quase invisível nesse âmbito. É comum o ato de apropriar-se do poder político e financeiro de organismos públicos para uso privado.
Em nosso país, a corrupção tem raízes profundas e históricas que estão associadas à nossa formação. O modelo de Estado e sociedade que se desenvolveu no Brasil era semelhante à cultura política portuguesa. Sérgio Buarque de Holanda em seu livro "Raízes do Brasil", quando fala dessa formação, cita a nossa herança rural e patriarcal baseada no personalismo, onde esses elementos produziram uma dificuldade de separar o público do privado.
Entre os tipos de corrupção mais comuns em nosso país destacam-se o nepotismo (favorecimento de parentes e amigos aos cargos importantes na administração pública), o suborno ou propina (oferecimento de dinheiro ou favor par que a pessoa deixe de se portar eticamente), a extorsão (ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por meio de ameaça ou violência) e tráfico de influência (prática de influenciar as decisões do poder público na obtenção de favores irregulares).
Um dos principais problemas que dificultam o combate à corrupção é a impunidade. As apurações do mensalão, dos sanguessugas, dos ministros do primeiro mandato de Lula, do bingo e bingueiros e de vários outros casos até agora não deram em nada. A justiça é lenta e aqueles que podem pagar bons advogados dificilmente passam muito tempo na cadeia ou mesmo são punidos. Além da impunidade, a falta de transparência, a exclusão da maioria da população das decisões políticas mais importantes, a baixa participação política da sociedade civil e a íntima relação de interesses entre agentes políticos, públicos e privados são as conseqüências do sistema político brasileiro, constituindo um ciclo vicioso que facilita ações corruptas.
A corrupção provoca distorções econômicas no setor público direcionando o investimento de áreas básicas como a educação, saúde e segurança para projetos em áreas em que as propinas e comissões são maiores, como a criação de estradas e usinas hidroelétricas. A qualidade dos serviços governamentais e da infra-estrutura diminui. Em contrapartida, a corrupção aumenta as pressões sobre o orçamento do governo. Em seguida, esta pressão se reflete sobre a sociedade com o aumento dos níveis de cobrança de impostos, taxas e tributos.
A mídia acentua a cada dia a íntima relação entre política e corrupção, com isso as instâncias públicas estão cada vez mais desacreditadas e os bons políticos acabam sendo enquadrados no mesmo conceito. Por isso, a crítica, o questionamento e o posicionamento de cada cidadão são imprescindíveis neste atual momento das eleições. A população brasileira acometida de desinteresse e desconhecimento da esfera pública, precisa desenvolver a consciência de que a corrupção é um grande obstáculo para o desenvolvimento do País.
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